sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ex-Capitão Condenado: Família considera pena justa



Um resultado justo. Este é o pensamento da família dos irmãos Leonardo e Marcelo Moreno Teixeira, jovens médicos assassinados na cidade de Iguatu, em março de 2007.
Depois de acompanhar durante 15 horas ininterruptas o julgamento do acusado do crime, o ex-capitão PM Daniel Gomes Bezerra, a família dos rapazes mortos se sentiu mais aliviada da dor após o anúncio da condenação do ex-militar.
Bezerra foi sentenciado a uma pena de 46 anos de reclusão. O Conselho de Sentença do Primeiro tribunal do Júri Popular acatou, por maioria de votos, a tese da acusação, segundo a qual o ex-oficial praticou um duplo homicídio qualificado pelo motivo fútil.
Tiros
Para chegar à condenação, a acusação se valeu das provas técnicas que apontaram a forma cruel como os dois rapazes foram fuzilados na madrugada de 17 de março de 2007, numa churrascaria ao lado de um posto de combustíveis.
Durante os debates em plenário, o assistente da acusação, criminalista Paulo Quezado, mostrou aos jurados fotografias e cópias dos laudos cadavéricos produzidos pelos médicos legistas que realizaram a necropsia nos corpos dos irmãos mortos pelo então capitão Bezerra.
Quezado fez um relato minucioso das conclusões dos peritos do Instituto Médico Legal. Os tiros disparados pelo ex-PM atingiram, praticamente, o mesmo ponto do corpo nas duas vítimas; centímetros acima do umbigo, o que aponta a precisão do homicida ao atingir partes vitais das vítimas, provocando a morte quase que imediata.
“Foram tiros que atingiram dois dedos acima do umbigo (em cada uma das vítimas), os projéteis foram disparados de cima para baixo, da direita para a esquerda, perfuraram a cavidade abdominal e atingiram a alça do intestino delgado e rompeu vasos ilíacos. O resultado disso foram mortes causadas por hemorragia abdominal interna causada por lesão penetrante de arma de fogo”, relatou o assistente da acusação.
Para Paulo Quezado, os laudos cadavéricos mostraram que o ex-capitão se valeu de sua técnica policial na hora das execuções, disparando tiros que foram endereçados à partes vitais das vítimas. “A prova técnica não deixa dúvidas da crueldade do duplo assassinato”, arrematou o criminalista.
Contra a prova
Até a próxima semana, o Tribunal de Justiça do Estado receberá o recurso de apelação que será elaborado pelo advogado de defesa do ex-capitão, Delano Cruz. Para ele, a condenação de seu cliente foi contrária às provas existentes no processo.
Fonte: Diário do Nordeste

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