Uma reportagem publicada na edição desta semana da revista “Veja” diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e surgeriu que o julgamento do mensalão fosse adiado em troca de proteção ao ministro na CPMI que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Procurado, o Instituto Lula disse que o ex-presidente não vai se manifestar sobre a matéria.
Segundo a revista, o encontro entre os dois aconteceu no último dia 26 de abril. O STF está na fase final de preparação para o julgamento de 38 réus do caso mensalão – o governo Lula é acusado de comprar apoio político no Congresso. O caso foi um escândalo.
Gilmar Mendes defende que o julgamento aconteça ainda nesse semestre, mas para que se defina uma data é preciso que o ministro Ricardo Lewandowski, que ainda trabalha na revisão do relatório sobre o caso, decida o dia.
O encontro entre Lula e Gilmar Mendes, sempre segundo a revista, aconteceu no escritório de advocacia do ex-presidente do Supremo e ex-ministro do governo Nelson Jobim. Gilmar Mendes disse que ficou “perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”.
Na data, Lula teria dito a Mendes que é “incoveniente” julgar o mensalão agora. O ex-presidente também disse, de acordo com a matéria, que controla a CPMI que investiga a ligação entre Carlinhos Cachoeira e autoridades – e, por isso, não seria necessário que Mendes se preocupasse com eventuais ligações com o bicheiro.
Lula também perguntou sobre uma viagem a Berlim de Mendes – referência a boatos de que o ministro teria viajado para a Alemanha com o senador Demóstenes Torres, com despesas pagas e avião de Cachoeira. Demóstenes é investigado e pode perder seu mandato de senador por conta do envolvimento com Cachoeira.
À “Veja”, Mendes confirmou que se encontrou com Demóstenes em Berlim, mas alegou ter pago suas despesas e ter como provar a origem dos recursos.
Correio da Bahia
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