Macaco de pelo loiro conhecido como `lesula´ vive na Bacia do Congo, no oeste da África (Foto: BBC)
Uma nova espécie de macaco encontrada na África é o segundo primata a ser identificado em 28 anos, de acordo com cientistas. O animal foi descoberto na República Democrática do Congo, onde é conhecido como 'lesula'.
Dois rios, o Congo e o Lomani, separam o habitat desse macaco do local onde vivem seus dois primos mais próximos.
Ambientalistas afirmam que a descoberta ressalta a necessidade de proteger a vida selvagem na Bacia do Congo.
A descoberta foi divulgada na publicação científica online "Public Library of Science".
Engaiolado
O primeiro contato que cientistas tiveram com a espécie foi quando acharam uma fêmea jovem, mantida em gaiola por um professor de escola primária, na cidade de Opala.
O animal agora está sob os cuidados de um instituto especializado e sendo monitorado por cientistas.
Seis meses depois de encontrar o primata preso, especialistas conseguiram achar outros no ambiente selvagem.
'Quando demos início às nossas investigações, não sabíamos o quão importante do ponto de vista biológico seriam as nossas descobertas', afirma John Hart, da Fundação Lukuru, que comandou o projeto.
'Não esperávamos encontrar uma nova espécie, especialmente entre um grupo tão conhecido como os macacos guenon africanos', acrescenta o pesquisador.
No documento que descreve os animais, os cientistas detalharam traços distintos: "Uma juba de longos fios loiros rodeando um rosto pálido e nu, com um focinho com uma faixa vertical cor de creme".
Rosto peculiar
O rosto desnudo do lesula é diferente do rosto negro e peludo do parente mais próximo do animal.
O primata ganhou o nome científico de Cercopithecus lomamiensis, em homenagem ao rio Lomani, localizado na região de seu habitat natural.
Os pesquisadores acreditam que o animal viva em uma área de cerca de 17 mil quilômetros quadrados na região central do Congo.
Os especialistas temem que, pelo fato de a espécie viver concentrada em uma mesma região, poderia estar mais ameaçada por ações predatórias, como a prática da caça para usar sua carne como alimento.
O antropólogo Andrew Burrell, da Universidade de Nova York, disse à BBC que 'a descoberta pode representar talvez a primeira dessa notável floresta, mas pouco conhecida na parte central da República Democrática do Congo, uma região de grande diversidade de primatas'.
Fonte: G1
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