terça-feira, 11 de setembro de 2012

RJ: Sobe para 7 o número de presos na ocupação da PM na favela da Chatuba

 

 

 

 



Dois suspeitos foram presos no início da operação (Foto: Reprodução Rede Record)

A Polícia Militar informou às 8h55 desta terça-feira (11) que subiu para sete o número de presos na favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Policiais iniciaram de madrugada a ocupação permanente na comunidade. No local será implantada uma Companhia Destacada da Polícia Militar com 112 PMs. A decisão do comando da corporação foi tomada após uma série de crimes na região: foram pelo menos 12 mortes em três dias, incluindo os seis amigos que foram assassinados por traficantes depois de saírem de casa pata tomar banho em cachoeira.

Na manhã desta terça, cerca de 250 policiais militares do 3º Comando de Policiamento de Área, Coordenadoria de Inteligência, Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão de Ações com Cães, Grupamento Aeromarítimo e do Batalhão de Operações Policiais Especiais ocupavam a favela.

Entre os presos estão Ricardo Sales da Silva, de 25 anos, e Monica da Silva Francisco, de 20. Eles estavam com 433 papelotes de cocaína e 41 pedras de crack. Um homem identificado apenas como Beto Gorducho também foi preso. Ele estava em uma casa com 50 gramas de cocaína e R$ 15 mil em espécie. Ainda na manhã desta terça-feira, a Coordenadoria de Comunicação Social da PM divulgará novo balanço da operação.

A Polícia Militar pede a colaboração dos moradores para a ação na comunidade. Uma forma importante de colaborar é denunciar criminosos, esconderijos e locais onde estão guardadas armas, drogas e outros produtos ilegais. Além disso, todos os moradores devem andar com documentos de identificação e os motoristas e motociclistas terão que mostrar documentos de propriedade de seus veículos, bem como a Carteira Nacional de Habilitação em dia. No caso das motos, também é exigido o uso de capacete.

As denúncias podem ser feitas pelos telefones (0xx21) 2332-8486 e (0xx21) 2334-3983. Os moradores também podem recorrer ao Disque-Denúncia, pelo telefone (0xx21) 2253-1177.

Corpos de 6 amigos são velados


Os enterros dos seis jovens com idades entre 16 e 19 anos que foram mortos na Baixada Fluminense no último fim de semana foram transferidos das 10h desta terça para as 14h, no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, na baixada. O velório de Christian Vieira, de 19 anos; de Victor Hugo Costa e de Glauber Siqueira, de 17; de Josias Searles e Patrick Machado, de 16; e de Douglas Ribeiro, de 17 anos, começou por volta de 1h30, no Ginásio Municipal de Nilópolis, no bairro Cabral, onde eles moravam. Os corpos devem deixar o local por volta das 13h, segundo parentes. Três dos seis caixões estão lacrados porque os corpos estão desfigurados.


Cerca de 300 pessoas cercavam os caixões na quadra nesta manhã. As famílias das vítimas estão inconsoláveis. Pelo menos duas pessoas passaram mal e tiveram que receber atendimento na ambulância que está no local. O clima é de muita comoção e revolta. Agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal reforçam a segurança.

Reconhecimento de roupas e tênis


Parentes dos seis jovens mortos perto da favela da Chatuba devem comparecer à Delegacia de Mesquita (53ª DP), que investiga o caso, nesta terça-feira. Eles devem fazer o reconhecimento de roupas e tênisencontrados durante operação na tarde de segunda-feira (10). Durante as buscas, foram encontradas cápsulas de fuzil.


O crime teria ocorrido no bairro do Cabral, em Nilópolis, também na baixada, mas a ação da polícia se estendeu a uma área do parque Gericinó, na zona oeste do Rio. A suspeita é de que um grupo de cerca de 20 criminosos da Chatuba seja o autor das mortes. Para a delegada Sandra Ornelas, da Delegacia de Nilópolis (57ª DP), onde o caso foi inicialmente registrado, a chacina foi uma demonstração de poder dos criminosos que controlam a favela. Sandra confirmou que os jovens não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

Outra hipótese para as mortes seria a rivalidade entre facções criminosas na Baixada Fluminense. De acordo com a Polícia Civil, os rapazes moravam no bairro em Nilópolis, supostamente controlado por adversários dos traficantes que comandam a favela da Chatuba.

Fonte: R7

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