'Foi execução', diz delegado sobre chacina que matou 5 em Piracicaba

Atualizado em 17/04/2013 13h48

Três tipos de armas foram usadas na matança ocorrida no Jardim Borghesi.
Outros 3 feridos, internados em hospitais da cidade, não têm risco de morte.

Do G1 Piracicaba e Região

Comente agora

O delegado de Piracicaba (SP) Vicente Sampaio de Almeida Prado Júnior afirmou que o crime que deixou cinco mortos e três feridos na madrugada desta quarta-feira (17) foi de execução. "O número de disparos elevados relatados pelas testemunhas deixa claro que os autores tinham a intenção de matar", afirmou. A polícia ainda não sabe o motivo do massacre.
A chacina aconteceu por volta da 0h10 no bairro Jardim Borghesi. De acordo com a Polícia Militar, o ataque foi feito por motociclistas que passaram pela Rua Presidente Washington Luiz e dispararam contra o grupo de oito pessoas que estava próximo a um bar.

Delegado Vicente de Almeida Prado Júnior falou
sobre chacina nesta 4ª (Foto: Fernanda Zanetti/G1)

Há cinco anos em Piracicaba, o delegado afirmou que nunca viu um caso como este na cidade. A polícia também confirmou que não há ligação entre a chacina e a morte de um homem, com pelo menos 20 tiros, no Bosques do Lenheiro duas horas antes. "A vítima, de 53 anos, foi morta por vingança", disse Prado Júnior. Ele não quis dar mais detalhes sobre este caso. 
Investigação preliminar
Após investigação inicial, a Polícia Civil confirmou que duas pessoas morreram no local. Uma vítima de 39 anos morreu dentro do bar. A outra, de 36 anos, na calçada. Já um adolescente de 17 anos levou tiros no comércio, tentou fugir, mas não resistiu e caiu morto após dois quarteirões. Um outro homem, de 47 anos, foi atingido na frente do local e morreu na Santa Casa de Piracicaba.
Uma outra vítima de 32 anos, procurada pela Justiça, foi perseguida e morreu perto do ginásio de esportes do bairro Jaraguá, que fica a 300 metros do bar. "Entre todos os mortos, o homem de 32 anos com certeza era o alvo principal porque foi perseguido", disse Prado Júnior. O delegado afirmou ainda que a região é conhecida como ponto de tráfico de drogas. "No entanto, alguns inocentes podem ter sido mortos, pois dos oito, apenas dois têm passagem policial."

Vítimas baleadas em Piracicaba estavam em bar,
à noite (Foto: Valter Martins/ piracicabaemalerta)

O homem de 39 anos era deficiente auditivo e foi alvejado enquanto colocava música na máquina, dentro do bar. "Ele talvez nem soubesse o que estava acontecendo, pois morreu no local e, certamente, ficou na mira dos atiradores", afirmou Prado Júnior.
Três tipos de armas
Um perito da Polícia Científica confirmou ao delegado que três tipos de armas foram usadas na chacina: pistola ponto quarenta; pistola quarenta e cinco; e revólver de calibre 38. "Armas ponto quarenta são usadas por policiais, mas, hoje em dia, outras pessoas têm acesso a este tipo de armamento", afirmou Prado Júnior.
Entre as cápsulas apreendidas, algumas têm numeração e vão ajudar na investigação policial. "Com estes detalhes, a polícia pode chegar aos proprietários das armas", afirmou o delegado. O caso passa a ser investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Feridos passam bem
Três pessoas feridas na chacina passam bem e não correm risco de morte, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, da Santa Casa e do Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC).

Segundo informações das três instituições, por meio das assessorias de imprensa, um dos feridos foi levado para a Santa Casa e outros dois para o pronto-socorro da Vila Cristina. Depois, um deles foi levado ao HFC.
O paciente da Santa Casa, de 36 anos, levou um tiro nas costas e está em observação. Já o que está no HFC, de 47 anos, ficou ferido nas nádegas. O paciente do pronto-socorro, um homem de 29 anos, também levou um tiro na mesma região.