Atualizado em
17/04/2013 15h33
Em abril de 1996, 19 integrantes do MST foram mortos pela polícia no Pará.
Movimento bloqueia rodovias e faz outras ações durante o 'Abril Vermelho'.
Integrantes do MST fizeram passeata em Brasília e lembraram dos mortos (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O confronto ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora na desapropriação de terras. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam obstruindo a rodovia PA-150, que liga a capital Belém ao sul do estado. Dos 155 policiais que participaram da ação, apenas Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados.
Nas manifestações deste mês, o movimento sem-terra cobra também do governo federal um plano emergencial para assentar as 150 mil famílias acampadas no país e pede que o tema seja debatido pela sociedade.
Veja as manifestação do MST em alguns estados:
Pará
Também na terça, cerca de 300 manifestantes bloquearam a BR-155, perto de Eldorado dos Carajás. Tropas de Parauapebas e Marabá foram até o local da interdição para desbloquear a via. Segundo o MST, a manifestação durou 22 minutos e buscou homenagear as vítimas. "Buscamos que esse episódio nunca seja esquecido”, disse Ulisses Manaças, coordenador do MST.
Em Belém, diversos trabalhadores sem-terra estão acampados. Ontem, eles caminharam pelas ruas da capital até a sede do Ministério Público Federal para pedir maior fiscalização da reforma agrária no estado. Segundo os agricultores, desde 2005 o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não implementa políticas de reforma agrária no Pará. Nesta quarta (17), integrantes do MST participam de uma reunião com o Incra.
Distrito Federal
Entre as reivindicações do movimento estão a agilidade na reforma agrária e a justiça para vítimas de crimes no campo. O protesto lembrou o massacre de Eldorado dos Carajás.
Mato Grosso do Sul
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram bloqueadas a BR-267, no distrito de Casa Verde, em Nova Andradina, e a BR-163, em Anhanduí. Segundo o MST, também foi bloqueada a MS-060, saída para Sidrolândia.
O repórter Dhiego Maia, do blog "Rumo ao porto", enfrentou um grande congestionamento na expedição de caminhão de Sorriso (MT) até Santos (SP). "A fila de caminhões, com extensão aproximada de 11 km nos dois sentidos da pista, se formou devido a uma manifestação realizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na rodovia BR-267, em Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Nova Alvorada do Sul e Bataguassu", informou.
São Paulo
A pista interditada causou grande congestionamento na rodovia. Ainda segundo a polícia, não houve tumulto ou confronto entre os manifestantes e policiais. O trânsito voltou a fluir normalmente por volta das 10h.
Paraná
No norte do estado, os manifestantes espalharam cruzes pela rodovia em homenagem às vítimas. Em Curitiba, o protesto foi realizado em frente ao Tribunal de Justiça. Já em Cascavel, no oeste, aproximadamente cem integrantes do MST bloquearam a BR-277, no trevo de acesso ao distrito de São João. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), eles fecharam a rodovia das 9h10 às 9h35. A PRF informou que o manifesto foi tranquilo.
Pernambuco
De acordo com o coordenador do MST no estado, José Aglailson da Silva, o movimento tem a intenção de ser pacífico e respeitar a memória dos companheiros mortos no massacre. "O ato é nacional. Todo ano, em 17 de abril, fazemos esse ato simbólico. Estamos queimando pneus e fazendo fumaça, mas o ato é pacífico", afirma Aglailson. "Estamos aqui também para alertar para o trabalho escravo que acontece na região, especialmente na Zona Canavieira", completou.
Rio Grande do Sul
O objetivo é reivindicar melhorias em escolas próximas a assentamentos de terra. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, a secretária adjunta Maria Eulália Nascimento recebeu os manifestantes por volta das 10h30 para uma reunião.
Manifestantes também realizam ações nas sedes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Parte dos militantes ficou no acampamento em frente aos prédios do Incra e do Ministério da Fazenda em Porto Alegre. A Brigada Militar estima que o total de militantes nos três locais seja de cerca de 1,5 mil e afirma não ter registros de ações violentas.
Os manifestantes se reúnem no final da tarde na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre, para um ato ecumênico em memória às vítimas o conflito em Eldorado dos Carajás, no Pará.
Alagoas
O grupo segue em carreata com destino ao Centro de Maceió, no Tribunal de Justiça (TJ-AL), onde as famílias iniciarão uma vigília em memória às vítimas de violência e impunidade no campo e na cidade.
Segundo o movimento, durante todo o mês de abril, a chamada "Jornada de Lutas" levará à sociedade as demandas pela Reforma Agrária Popular, em que trabalhadores organizados em todo o país denunciam a paralisia pela qual passa a política agrária no Brasil.
Ceará
"Nossa intenção é também conversar com membros do Dnocs para debater os problemas da seca no interior do nosso Estado. Cobramos das autoridades, políticas públicas, para diminuir os estragos provocados pela seca no Ceará”, disse. Ele informou que alguns integrantes vão participar de uma reunião com o governador Cid Gomes e com o Dnocs ainda nesta quarta.
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