terça-feira, 30 de abril de 2013

Pais são suspeitos de sequestrar filha de família adotiva em MT, diz polícia

Atualizado em 30/04/2013 21h41

Menina de 8 anos vivia com família adotiva em Cuiabá desde que era bebê.
Segundo a polícia, mãe é suspeita de ter sequestrado outro filho em 2010.

Dhiego Maia Do G1 MT
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O desaparecimento da menina dominicana, Ida Verônika Feliz, de oito anos, completou cinco dias nesta terça-feira (30). Investigações da Polícia Civil apontam que os pais biológicos da menina são os principais suspeitos de mandar sequestrar a garota da casa em que ela vivia com a família adotiva, em Cuiabá.
De acordo com o delegado da Divisão Anti-Sequestro de Mato Grosso, Flávio Stringueta, a ficha criminal dos pais biológicos de Ida levantou a suspeita. “Tudo indica que são eles. As investigações levam sempre aos pais na autoria [do crime]”, revelou o delegado.
Segundo Stringueta, a mãe da garota foi presa em janeiro de 2007 em flagrante com comprimidos de ecstasy. Ela cumpriu pena por tráfico de drogas e ficou na cadeia até dezembro de 2009, quando foi beneficiada com a progressão de regime. Na época, em vez de cumprir o que determinava as regras do benefício, ela fugiu e, até o momento, é considerada foragida da Justiça.

Ainda de acordo com as investigações, a mãe da garota é suspeita de sequestrar, em 2010, outro filho biológico dela. “Ela também subtraiu o filho de outra família adotiva”, revelou o delegado. O garoto tinha três anos quando foi sequestrado de outra família adotiva na cidade de Tubarão, em Santa Catarina.
Já o pai de Ida, um italiano, também chegou a ser preso por tráfico de drogas. Ele cumpriu pena de dois anos na Penitenciária Central do Estado de Mato Grosso (PCE) e depois foi expulso do país para a Itália.
Nesta segunda-feira (29), a Polícia Internacional (Interpol) foi acionada pela Polícia Civil de Mato Grosso para auxiliar nas investigações que apontaram, até o momento, a intenção dos criminosos em deixar o país com a garota. Os pais biológicos de Ida, um italiano e uma dominicana, não mais residem no Brasil. A Interpol também vai poder apontar o paradeiro do casal.
Eles perderam a guarda da criança quando a deixaram em um quarto de hotel em Cuiabá. Na época, Ida Verônika tinha apenas quatro meses de vida e foi cuidada por uma camareira do hotel. Meses depois, após uma decisão da Justiça, a mãe da camareira obteve a guarda provisória da menina.
Ida Feliz foi sequestrada da casa da família adotiva há 4 dias (Foto: Reprodução/TVCA)Ida Feliz foi sequestrada da casa da família adotiva há 5 dias
(Foto: Reprodução/TVCA)
O G1 entrou em contato com a Embaixada da República Dominicana em Brasília. O órgão disse que tomou conhecimento do caso pela imprensa e que só irá se manifestar após a conclusão das investigações da polícia. A embaixada do país caribenho informou ainda que iniciou uma apuração paralela sobre a vida pregressa dos pais de Ida. O resultado da apuração será enviado para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Sequestro
A garota foi levada à força de casa na última sexta-feira (26) por um homem armado que teve acesso à residência da família alegando estar interessado em comprar um terreno localizado na mesma rua. De acordo com a única testemunha do sequestro, a irmã adotiva de Ida, Daniele de Siqueira, quando o suspeito avistou a menina, ele a puxou pelo cabelo e a levou para um carro.
O único contato do sequestrador com a família adotiva ocorreu horas depois do fato por meio de uma mensagem em tom ameaçador enviada para o celular da mãe adotiva da garota. A polícia informou que a mensagem foi enviada de um celular em Matupá, cidade a 696 quilômetros de Cuiabá.
Uma mulher emprestou o aparelho para um homem sem saber qual era a intenção dele. Segundo a polícia, ela foi interrogada e o suspeito já é procurado na região. Quem tiver pistas do desaparecimento de Ida Verônika Feliz pode comunicar a polícia pelo Disque-Denúncia, no número 197.

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