Atualizado em
15/04/2013 18h54
Problema ocorreu em pelo menos dez praias de São Sebastião e Ilhabela.
Órgão diz que causa pode ser frente fria; pescadores temem falta na safra.
Crustáceo encontrado na praia de Siriúba em Ilhabela (Foto:Ronaldo Alves de Sousa/Prefeitura de Ilhabela)
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) investiga a morte
de filhotes de crustáceos, semelhantes a camarões, encontrados na tarde
de domingo (14) e nesta segunda-feira (15) em pelo menos dez praias de São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte.Segundo a Cetesb, a principal hipótese é que o problema tenha sido causado pela frente fria que alterou as correntes marítimas. Pescadores e prefeitura acreditam em outra tese - de que os crustáceos foram contaminados pelo óleo que atingiu 11 praias na sexta-feira (5) após uma válvula da Petrobras Transporte (Transpetro) ficar aberta por falha na segurança.
Crustáceos encontrados em São Sebastião na tarde
de domingo (14) (Foto: Prefeitura de São Sebastião)
Segundo a Cetesb, normalmente, quando ocorre poluição, há mortandade de
várias espécies de organismos. Neste caso, ocorreu a morte de uma única
espécie de crustáceo. Entretanto, o órgão informou ainda que devido ao
incidente recente na Transpetro, não se pode descartar a possibilidade
de poluição. Para identificar o problema, estão sendo realizados exames
laboratoriais, tando dos crustáceos coletados quanto das amostras de
água.de domingo (14) (Foto: Prefeitura de São Sebastião)
A Colônia de Pescadores de São Sebastião teme que as mortes irão comprometer a safra de camarões deste ano, prevista para começar em junho após o período de defeso. Segundo o diretor da colônia, Júlio César Manoel Serpa, de 41 anos, os crustáceos encontrados são camarões, a Cetesb informa que pode se tratar de krill que são crustáceos que vivem em águas frias.
“Isso nunca aconteceu na nossa praia. Uma montoeira de camarão morto encalhar assim. É claro que foi o vazamento que gerou isso. A época bate. Estamos todos preocupados com a safra. Foram muitos animais mortos”, disse Serpa ao G1. “Nossa venda caiu 60%", disse.
De acordo com a Transpetro, vazaram 3.500 litros de combustível marítimo no píer Almirante Barroso (Tebar) - a Prefeitura de São Sebastião contesta a informação e diz que a quantidade é muito superior podendo chegar a até 12 mil litros.
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Marco Aurélio da Silva, capitão da Polícia Militar Ambiental em São Sebastião, informou que acionou a Cetesb para que seja identificada a causa do fenômeno. "Vamos ver de quem é a responsabilidade para definir o que será feito", afirmou ao G1.
Segundo ele, pelo menos quatro praias de São Sebastião – São Francisco, Olaria, Arrastão e Pontal da Cruz, todas em São Sebastião -, ficaram cobertas de crustáceos mortos. Em Ilhabela, o problema foi registrado nas praias da Siriúba, Armação, Barreiros, Viana, Saco da Capela e Itaquanduba.
“Não tem como afirmar que existe relação entre essas mortes e o vazamento. Por isso acionamos a Cetesb. Mas o vazamento foi o único evento que fugiu da normalidade nesses últimos dias”, afirmou. “Nossa preocupação é com outras espécies já que o camarão tem um papel importante na cadeia alimentar dos peixes”, disse.
Problema
O prefeito de São Sebastião, Ernani Primazzi, disse que o incidente gerou um impacto para toda a economia da cidade e que estuda um projeto de lei para auxiliar os pescadores nessa fase, até que o problema seja solucionado.
A Prefeitura de Ilhabela informou que fará a limpeza do local e encaminhará as imagens à Cetesb, 'visto que na semana passada houve derramamento de petróleo no Canal de São Sebastião'. A Transpetro informou que "todos os materiais recolhidos até agora foram enviados para análise, inclusive as amostras do camarão encontrado no domingo (14/3) e nesta segunda-feira (15/3), no Pontal da Cruz e na praia do Arrastão. Os resultados das análises serão encaminhados em relatório para o órgão ambiental".
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