'Ele não merece sair da prisão', diz pai sobre suspeito de matar filha em SP

Atualizado em 08/05/2013 06h37

Leomar Costa é suspeito de matar e colocar corpo de jovem em uma bolsa.
Ele foi preso pela polícia na noite desta terça-feira (7).

Julia Basso Viana Do G1 São Paulo

Valdirene Santana dos Santos foi achada morta
em bolsa no Limão (Foto: Nathália Duarte/G1)

Após a prisão do suspeito de ter matado a jovem Valdirene Santana dos Santos, familiares da vítima compareceram ao 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, na Zona Norte de São Paulo, na noite desta terça-feira (7), e se disseram “um pouco aliviados”, mas ainda inconformados com a morte. Depois se ser assassinada, o corpo de Valdirene, de 21 anos, foi abandonado dentro de uma bolsa e encontrado no domingo (5).

O suspeito do crime, Leomar Martins Costa, de 40 anos, estava detido na delegacia até as 20h30 desta terça-feira e permanecerá lá até ser transferido para um Centro de Detenção Provisória. A transferência pode ocorrer ainda na manhã desta quarta (8), segundo o delegado Élder Leal, responsável pelo caso.
O pai de Valdirene, Givaldir Aparecido dos Santos, disse que sua dor diminuiu quando soube que o suspeito havia sido preso. "Me sinto um pouco melhor, mas um cara desse não merece sair daqui [da prisão] nunca", declarou.
A mãe da vítima parecia não acreditar no que estava acontecendo e misturava momentos de profunda tristeza com revolta. "Ele é um pilantra e eu quero justiça", gritou quando avistou o homem suspeito de matar sua filha passar pelo corredor da delegacia. "A violência de São Paulo está grande", lamentou a mulher, que veio de Salvador para a capital paulista há 4 anos.

Um dos irmãos da vítima, Valdemir Santana dos Santos, estava indignado com o ocorrido e defende que a prisão do homem que teria matado Valdirene “não conserta as coisas”. "Estou aliviado por um lado, mas por outro, não", completou.

Pai de Valdirene não se conforma com a
violência (Foto: Julia Baso Viana)

O corpo da jovem foi encontrado em uma bolsa na manhã de domingo. Segundo a polícia, Leomar Costa já tinha sido preso anteriormente, por roubo e estupro, mas fugiu da cadeia em 2008.

Ao chegar à delegacia, ele assumiu o crime, afirmando sofrer de problemas psicológicos. "Eu tenho problema. Quero pagar pelo meu crime", afirmou. Na sequência, disse não se recordar do que ocorreu na noite do crime. "Não lembro de nada", disse, antes de ser levado para prestar depoimento.
De acordo com o delegado  Élder Leal, o crime ocorreu na casa do suspeito, onde havia marcas de sangue, inclusive em um chinelo e em facas. O material foi apreendido e levado para o distrito policial. O delegado acredita que Valdirene pode ter sido violentada antes de ser morta.

O crime
Na noite de sábado (4), Valdirene foi vista deixando um bar na Zona Norte da capital paulista com o suspeito de ter cometido o crime, segundo familiares. Naquela noite, a empregada doméstica esteve com a mãe e amigas em um forró. Elas contam que Valdirene saiu do local com um homem e não foi vista novamente. O corpo da jovem foi achado no domingo na Rua Leonel Furtado, no bairro do Limão, na Zona Norte de São Paulo.
"Minha mãe esperou por ela até a madrugada, mas ela não voltou. No outro dia fomos para hospitais, mas não encontramos. Só quando vimos na TV que uma mulher tinha sido encontrada em uma mala é que pensamos que poderia ser ela", conta o irmão, de 15 anos.

A família disse não conhecer o rapaz com quem Valdirene deixou o forró naquela noite. "Ela era uma pessoa tranquila, nunca fez mal a ninguém. Não dá pra entender tanta crueldade", conta a tia Ruth Aparecida de Jesus Santos.
Valdirene era mãe de uma menina de 6 meses e tinha quatro irmãos. A família veio da Bahia em 2009. "Se eles conseguirem, vão voltar para a Bahia porque não dá mais vontade de ficar aqui", contou a tia.