Atualizado em
15/05/2013 10h36
Rio tem 305 quilômetros de ciclovias e até 2016 deve chegar a 450.
Motoristas e pedestres desrespeitam o espaço dos ciclistas.
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Início da jornada: Jardim Botânico Como qualquer pessoa que quer conhecer a cidade pedalando, o G1 alugou uma bicicleta em uma das estações que fica localizada na Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico. Às 7h30 o passeio começou. O objetivo era sempre estar na ciclovia. Dada a partida, seguimos pelo Jardim Botânico até chegar à Praça Santos Dumont, na Gávea. O trajeto tem placas de sinalização, marcação de calçada compartilhada entre ciclistas e pedestres e asfalto bom para os ciclistas. |
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Gávea Respeitando a ciclovia, o G1 utilizou os sinais de trânsito para cruzar as pistas e seguir em direção ao Leblon. Na Avenida Bartolomeu Mitre, os pedestres e passageiros que desciam nos pontos de ônibus dividiam o espaço com os ciclistas. A falta de respeito de alguns motoristas também foi verificada; um taxista que estava parado sobre a ciclovia impedia o tráfego e outros veículos estavam estacionados sobre a calçada. |
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Leblon Cruzar a Rua Dias Ferreira, perpendicular á Avenida Bartolomeu Mitre, é arriscado. Sem um sinal para pedestres e ciclistas, o jeito é esperar uma brechinha e dar aquela corrida. Uma mãe com o filho e um casal de idosos alertou para o perigo: “O jeito aqui é ter paciência e só atravessar quando realmente não tiver carro vindo”. |
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As pedaladas pela avenida continuaram até o momento em que a obra
do metrô na Praça Antero de Quental, ainda no Leblon, interrompeu a
ciclovia. Para seguir o passeio, foi necessário desviar pelo cantinho da
calçada da Avenida Ataulfo de Paiva, dividir o espaço com os
transeuntes, pegar a Rua General Urquisa, a Avenida General San Martin e
voltar para ciclovia da Avenida Bartolomeu Mitre. Um agente da CET-Rio
que estava no cruzamento dessas vias informou que os ciclistas estão
reclamando muito da interrupção da ciclovia. Não há nenhuma via
alternativa e placa informativa com as mudanças. |
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No mesmo local, o G1 encontrou uma bicicleta pintada de branco pendurada em um poste e um vaso de flores. O local marca o ponto onde a produtora da TV Globo Gisela Matta foi atropelada.
Um carro da Guarda Municipal estava na região. O cheirinho do mar já
mostrava que depois de algumas pedaladas a orla estava se aproximando. |
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Não tem como não admirar a beleza do Rio. Os turistas e cariocas
podem percorrer a orla da Zona Sul em uma ciclovia sinalizada, com
marcações na pista, faixa de pedestre nos cruzamento, com asfalto
lisinho e até um carrinho da Comlurb fazendo a limpeza do trajeto. Mas os pontos de ônibus na orla do Leblon dividem com os ciclistas um espaço pequeno na via, que conta apenas com uma pintura de sinalização. |
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Ipanema Depois do Leblon, o G1 continuou o trajeto por Ipanema. Um trecho perigoso para os ciclistas é a entrada da Rua Francisco Bhering. A via é fechada por uma cancela e o trânsito de veículos é proibido, apenas os moradores podem passar. Mas não foi bem o que foi registrado. Para entrar nesta área, os motoristas que saem da Avenida Vieira Souto precisam cruzar a ciclovia. Pedestres e ciclistas que estiverem distraídos podem se envolver em um acidente. A ciclovia também usada pelos veículos para fazer o retorno. |
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Copacabana A bordo da magrela, o percurso avança. O G1 seguiu pela ciclovia da Rua Francisco Otaviano. Os ciclistas contam neste trecho com dois sinais luminosos exclusivos para a travessia. Quase já na Praia de Copacabana, onde a festa de Ano Novo é uma das mais famosas do mundo, a ciclovia é interrompida mais de uma vez para a realização de uma obra. Quem está de bicicleta precisa seguir no cantinho da pista para veículos até chegar à ciclovia novamente. Após este pequeno trecho, a via exclusiva para quem gosta de pedalar volta a ser um tapete na orla da Praia de Copacabana. |
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Mudando de rumo para Botafogo Na altura da Avenida Princesa Isabel, seguimos rumo a Botafogo. A ajuda da carioca Helen Silva Araújo foi fundamental neste momento. Além de informar o melhor caminho para cruzar as pistas da Avenida Atlântica, ela fez um alerta para a segurança dentro do Túnel Novo. “Passar pelo túnel é perigoso. Tinha que ter câmeras de fiscalização. Tem gente que é perseguido e tudo. Só tem segurança onde passam os pedestres”, contou Helen, que usa a ciclovia para ir para o trabalho no Shopping Rio Sul todos os dias. Um carro da Polícia Militar estava estacionado na saída do túnel. |
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A ciclovia da chegada ao bairro manteve o padrão de sinalização e
qualidade na pista. Mas o desrespeito de mais um motorista dificultava o
trajeto. Um carro da Light estava parado exatamente no espaço dedicado
aos ciclistas. O G1 passou pela Avenida Lauro Sodré, General Severiano, Avenida Pasteur e Praia de Botafogo. |
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Para voltar ao destino, o Jardim Botânico, foi preciso mudar de
trajeto. Foi usada a segunda passagem subterrânea, pois a primeira não
tinha rampa para as bicicletas. O local não tem o cheiro muito bom. No
momento em que o G1 esteve por lá, dois policiais verificavam um suspeito que estava sentado na escada. Do outro lado da pista, os ciclistas já não têm mais ciclovias. O único jeito é dividir o espaço com os pedestres ou fazer o trajeto junto com os carros. |
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Bem perto da Rua General Polidoro, enquanto esperava o sinal
abril, o entregador Marcondes de Alencar e Silva já falou: “A ciclovia
da General Polidoro é a pior, porque na verdade não tem. Como é que as
autoridades querem que a gente ande de bicicleta se não tem onde andar? É
por isso que o trânsito está assim”. Neste trecho a ciclovia aparece e desaparece como uma mágica. A via é compartilhada com pedestres. Em alguns trechos o G1 encontrou sinalizações e pinturas vermelhas na pista para delimitar a área para os ciclistas; em outros, ela acaba nos cruzamentos e não aparece por um longo percurso. Quem for trafegar nesta área precisa ficar atento também para os buracos da via, os espaços espremidos entre os muros e postes de energia e, claro, com a saída dos carros das garagens dos prédios, que muitas vezes não é sinalizada. A saída do eixo Leblon-Ipanema e Copacabana refletiu na qualidade da ciclovia. |
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Seguimos neste sentido e com estes problemas até a Rua Real
Grandeza, onde reapareceram as sinalizações da ciclovia. Mas, em um
piscar de olhos, a via sumiu e o problema permaneceu até a Rua São
Clemente. |
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Os ciclistas têm de dividir o espaço com os carros ou com os
pedestres. Até chegar à Lagoa, não tem saída. É preciso ter cuidado,
respeitar as leis do trânsito e, sempre que possível, seguir pela
ciclovia. O G1 chegou ao ponto inicial após 3h15 de pedalada. A Cidade Maravilhosa tem atualmente 305 quilômetros de ciclovia e até 2016 a previsão da prefeitura é que este número chegue a 450 quilômetros. |
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