16/06/2013
Demontier Tenório
Aureliano Pereira da Silva, foi desses homens ilustres que vieram ajudar no desenvolvimento de Juazeiro. (Foto: Agência Miséria)
Os contatos e as conversas eram tão próximas que Aureliano se tornou praticamente uma pessoa da casa de Padre Cícero. Tanto que, em meio a muitas personalidades que conviveram com o religioso, ele é um dos poucos que fazem parte dos ambientes do Museu Vivo no velho Casarão do Horto. Aureliano aparece na mesa de um café da manhã juntamente com a governanta do sacerdote, a Beata Mocinha e o deputado federal, Floro Bartolomeu.
Ele era filho de José Marcolino Pereira da Silva e Antônia Pereira da Silva e casou-se cinco vezes deixando uma prole de 36 filhos tendo falecido aos 85 anos no dia 16 de junho de 1973, em Juazeiro, onde seu corpo está sepultado no Cemitério do Socorro. Quando ainda era garoto, Aureliano auxiliava o pai no balcão do seu comércio e começou a estudar aos 13 anos, porém ficou somente um ano na escola já que passou a trabalhar como mascate aos 18 anos.
O jovem conduzia mercadorias no lombo de animais entre os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. Na primeira e segunda viagens foi sozinho, mas, da terceira em diante, já tinha ajudante e um total de 10 burros de carga. Os dois sempre seguiam os conselhos e a orientação do Padre Cícero de quem eram fervorosos devotos e sempre voltavam satisfeitos das viagens. O primeiro casamento foi com uma pernambucana de Exu há 103 anos.
Quando Aureliano abandonou as viagens para montar uma das primeiras casas comerciais do lugar, Juazeiro ainda era uma vila. Com apenas oito anos de casado, ele viu a mulher morrer vítima de parto no que seria o nono filho. Numa visita ao Padre Cícero alguns dias depois, o sacerdote o aconselhou a procurar uma moça de bons costumes e casar-se o mais cedo possível. Na época, o padre disse que ele seria pai de 36 filhos o que terminou acontecendo, mas, coincidentemente, as cinco esposas morreram de parto.
A segunda esposa era igualmente pernambucana de Vila Taboca no caso Maria Fernandes da Silva com quem se casou na Matriz de Nossa Senhora em 1920 e foram mais nove filhos, sendo que seis faleceram na primeira idade. Em 1929, poucas horas após o nascimento do seu 18º filho, a esposa morreu de hemorragia uterina. Sua terceira esposa foi Sebastiana Magalhães da Silva uma alagoana de Paulo Jacinto com quem se casou em 1930.
Desta união tiveram dois filhos, dos quais um natimorto. Em 1932, ela esperava seu segundo filho e 20º de Aureliano quando morreu com apenas 21 anos. No ano seguinte, Aureliano casou com a professora de Jardim (CE), Lídia Gondim Pereira, de cujo enlace nasceram mais sete filhos, mas Lídia morreu em 1942, após o parto do sétimo filho e 26º de Aureliano. Na época dos seus casamentos, Padre Cícero já era proibido de celebrar, mas ele sempre passava na casa do sacerdote para receber suas bênçãos.
Aureliano foi um dos convidados para o banquete comemorativo aos 90 anos de Padre Cícero no dia 24 de março de 1934 que a professora Generosa Alencar coordenou. Ai estavam ainda o prefeito José Geraldo da Cruz, o juiz Juvêncio Santana, o industrial Antônio Pita, os médicos João Vitorino, Mozart Cardoso, Belém de Figueiredo, Miguel Mendes (da Fundação Rockefeller), o advogado José Ferreira, o agricultor José Xavier, o comerciante Ângelo de Almeida e outros.
Nove anos após a morte de Padre Cícero e já aos 55 anos, Aureliano casou com sua quinta e última esposa, outra professora jardinense, Beanora Gondim Pereira, irmã de sua mulher anterior. Foram mais nove filhos e a mulher morreu 37 anos após o casamento quando nascia o atual advogado e corretor de imóveis Francisco Gondim Pereira. Antes, foram Socorro Gondim (professora), José Pereira (farmacêutico), Terezinha Gondim (pedagoga e empresária), Antônio Gondim Pereira, Cícero Gondim Pereira (empresário), Maria Luiza Gondim Pereira (empresária) e Maria Gondim Pereira Callou (pedagoga).
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