quarta-feira, 19 de junho de 2013

Juazeiro viveu um dia de protesto


Yaçanã Neponucena/Madson Vagner
Juazeiro viveu um dia de protesto. (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria)
Seguindo a onda de protestos que está acontecendo em todo o país, de acordo com a estimativa da Polícia Militar, cerca de oito mil pessoas integraram uma passeata que aconteceu na tarde dessa terça-feira (18), em Juazeiro do Norte. A mobilização foi realizada em defesa da luta dos professores da rede pública municipal, que estão inconformados com a alteração da Lei do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério proposta pelo atual Prefeito Raimundo Macêdo. 

O panelaço, como foi intitulado o movimento, foi criado através da internet, por meio das redes sociais e ganhou força devido às manifestações contra a corrupção, precariedade dos serviços públicos, aumento das tarifas de transporte, violência urbana, o mal-estar social generalizado, além dos altos custos da Copa do Mundo.

Em Juazeiro do Norte, a indignação dos estudantes da rede pública municipal chama a atenção. A insatisfação é quanto à paralisação que está afetando a programação escolar. Sem aulas eles imploram para que o gestor seja sensível às reivindicações dos professores. “A gente espera comover o prefeito para que ele não faça cortes nos salários dos nossos mestres e para que ele respeite o povo fazendo um governo de qualidade”, conta o estudante Jerffeson Lima.
Juazeiro viveu um dia de protesto. (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria)

O panelaço, pacífico e apartidário, reuniu também diversos estudantes secundaristas e movimentos sindicais que apoiam a causa. A passeata seguiu da Avenida Castelo Branco, passou pela Rua São Pedro, principal corredor comercial da cidade, até chegar a Câmara de Vereadores. Grande parte dos populares que acompanhava o movimento carregava cartazes pedindo mudanças ou fazia muita zoada batendo em panelas. O ato mais expressivo ocorreu em frente ao prédio da prefeitura, onde os manifestantes cataram o Hino Nacional e enfatizaram os gritos de clamor pelas causas da luta. A Polícia Militar e a Guarda Municipal fizeram a proteção do órgão. 

De acordo com o professor Edson Xavier, a população está unida contra um propósito maior. Segundo ele, é necessário modificar a política nacional. “Esses movimentos são uma forma de o povo tentar mudar o que está acontecendo no país. É urgente e necessária a mobilização”, afirma. 
Juazeiro viveu um dia de protesto. (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria)

Raimundão acuado no Banco do Brasil


O ponto alto do evento aconteceu, quando por volta das 17h40min, o prefeito Raimundo Macedo, apareceu de surpresa nas proximidades ao Banco do Brasil e foi visto pelos manifestantes. Raimundão entrou no banco e não saiu mais. Uma verdadeira multidão, estimada em mais de 3 mil pessoas, acuaram o prefeito dentro agencia.

A parte, uma pequena confusão foi registrada entre dois militantes políticos, sendo o ex-secretário de Esportes do Município, Aurélio Matias e o médico Giovanni Sampaio. 

O policiamento foi reforçado e cerca de 90 homens da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal, garantiram a segurança do prefeito que só conseguiu sair da agencia por volta das 23h25min.

Foram quase cinco horas de tentavas para a policia conseguir retirar o prefeito das dependências do Banco do Brasil. Raimundão saiu em uma viatura da Força Tática da Polícia Militar.
Raimundão saiu em uma viatura da Força Tática da Polícia Militar. (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria)

Na saída houve confronto e vários manifestantes passaram mal em conseqüência do uso de spray de pimenta, sendo que alguns foram contidos com uso da força física. A viatura que levou o prefeito ao Parque Padre Cícero, onde está sendo realizado o Juaforró 2013, foi apedrejada pelos manifestantes.

Segundo várias testemunhas, o apedrejamento foi motivado pelo aceno, seguido do sinal de positivo, feitos pelo prefeito na saída do prédio sob forte esquema de segurança.
Na saída houve confronto e vários manifestantes passaram mal em conseqüência do uso de spray de pimenta, sendo que alguns foram contidos com uso da força física. (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria)

A coordenação promete, ainda, nesse mês fazer manifestações na frente das casas de cada um dos 17 vereadores que votaram a favor, faltaram ou se retiraram da sessão da Câmara que aprovou o PCCR.

Nenhum comentário: