05/06/2013
Elizângela Santos
Mercado
Público do município de Crato é abastecido por abatedouros de outras
cidades vizinhas, 30% é proveniente de Juazeiro do Norte. (Foto:
Elizângela Santos)
O vereador, Pedro Eugênio Moreira, Pedro Alagoano, defende que o matadouro seja construído o mais rápido possível, para conter a grande quantidade de animais abatidos de forma ilegal. Ele diz que essa situação é mais grave quando diz respeito ao abate de animais de pequeno porte. "Quase todos chegam a ser abatidos sem inspeção sanitária e isso coloca em risco a saúde da população", afirma. O vereador estima que apenas 30% dos animais comercializados nos mercados públicos de Crato são abatidos de forma legal.
O frigorífico industrial de Juazeiro do Norte é o local onde há o abate dos animais, encaminhados do Município. É o de maior porte da região, mas que já passou por interdições, por problemas relacionados à infraestrutura de funcionamento. O local hoje está terceirizado, e passou a realizar abates de animais de pequeno porte.
Custo
Segundo o vereador, que encaminhou requerimento solicitando andamento do projeto junto à administração municipal, o matadouro chegará a custar para o Crato cerca de R$ 1,2 milhão. Ele afirma que o projeto será financiado por meio de aporte do Ministério da Integração. A visita técnica, segundo ele, será uma forma de constatar as tecnologias empregadas no matadouro da cidade pernambucana, para que modernas técnicas sejam empregadas no local, inclusive mantendo a fiscalização e práticas de higienização da carne.
Depois de duas décadas, o crescimento populacional da cidade, hoje com mais de 120 mil habitantes, fez com que aumentasse consideravelmente a quantidade de animais comercializados na cidade. Para o vereador, é inadmissível que a essa altura ainda não exista local para o abate e preparação da carne para o comércio. O matadouro deverá ser construído no distrito industrial da cidade.
Para o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), há um grande problema no Estado relacionado às plantas inadequadas dos matadouros. Segundo o presidente do Conselho, José Maria dos Santos Filho, as administrações locais não têm tratado à questão no nível de importância para a população.
Inspeção
Conforme o presidente do conselho deve haver uma preocupação voltada com espaço voltado à análise e inspeção do produto. Ele disse que, em alguns locais, não há sequer condições adequadas para o veterinário poder atuar. Em alguns dos matadouros, já chegou a ser encontrado até ratos, e o nível de contaminação da carne, pela falta de infraestrutura e adequação do espaço, conforme o presidente do conselho, pode ser muito maior. Em Crato, por exemplo, Pedro Alagoano afirma que chegaram a jogar creolina num boi para a carne não ser comercializada.
O conselho destaca a importância do município dar segurança ao marchante da carne que está sendo preparada para a comercialização e evitar o contato do espaço interno desses equipamentos, com os comerciantes. Atualmente existem 140 abatedouros registrados no órgão.
Desse total, segundo José Filho, apenas 5% está em condições de abate. "E se for seguir à risca, chega a apenas 1%", constata. Para ele, as condições de abate no Interior remontam à idade média. Outro ponto importante é a falta de legislação pois não há lei que obrigue os municípios a construção de abatedouros, além da escassa fiscalização.
Pressa
"Estamos tentando apressar a instalação do matadouro ainda este ano por conta dos abates clandestinos".
Pedro Alagoano
Vereador
Mais informações
Conselho Regional de Medicina Veterinária. Rua Dr. José Lourenço, 3288, Aldeota. Fortaleza.
Telefone: (85) 3272-4886
Fax: (85) 3272-4886
Fonte: Diário do Nordeste
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