A Colômbia passou por um grande desastre natural em novembro de 1985. O
vulcão Nevado del Ruíz entrou em erupção causando uma enorme tragédia.
Quando o alerta para evacuação imediata foi dado pelo governo, não houve
tempo hábil para que todos fugissem sem contar que muitos não
acreditaram na extensão do problema. Cerca de 25 mil pessoas morreram e
milhares ficaram feridas.
A
cidade de Amero com uma média de 50 mil habitantes sumiu do mapa!
Aliado a isso, a Colômbia passava por um conturbado momento político,
incluindo a tomada do Palácio da Justiça, o que fez com que o exercíto
estivesse concentrado na capital. Quando a tragédia ocorreu, não foi
possível ajudar as cidades impactadas. O governo desestabilizado não
pode montar equipes de resgate e monitoramento.
Nesse contexto, o fotógrafo Frank Fournier chegou diretamente de Nova
York para entender o que se passava naquele país. Segundo ele tudo
estava muito confuso, pessoas desesperadas pelas ruas e muitas ainda
estavam presas entre destroços. Foi nesse momento que um fazendeiro o
levou até Omayra Sanchez, uma menina de 13 anos que estava com metade do
corpo submerso, preso no entulho do local que antes era sua casa e
agora também abrigava os corpos de seus pais. Omayra já estava a três
dias submersa e lutando pela vida.Assim como ela, na área ao redor
tinham muitas outras pessoas em situação parecida. Era quase impossível
vislumbrar um desfecho que não fosse o mais trágico. Muitos gritos,
pessoas tentando ajudar no resgate mas não era o suficiente pois havia o
risco de parti-la ao meio. Omayra estava presa de tal modo que as
pessoas não conseguiam ajudá-la, era preciso uma bomba específica para
retirar água, além de outros equipamentos que não estavam presentes no
local.
Quando Frank Fournier já haviam outros profissionais da imprensa por lá,
junto com a Cruz Vermelha. Ela já estava submersa a mais de 60 horas e
percebeu o que as pessoas ali já sabiam: Não poderíam salvá-la mas sim
permanecer com ela, confortando-a nos seus ultimos momentos. Os
jornalistas transmitiram essas poucas horas de Omayra para todo o mundo;
Frank enviou no mesmo dia as suas fotos para Paris e tempo depois
ganhou muitos prêmios com ela. Com a história de Omayra, o mundo iniciou
um debate a respeito da ética jornalística e se os se os profissionais
alí presentses não eram nada além de abutres. Eles afirmaram que ao
chegaram a situação já era irreversível. Todos fizeram pedidos ao
governo para enviar uma equipe especializada com o aparato necessário
mas o despreparo era muito grande e não havia plano ou coordenação para
efetuar os resgates. Segundo Fournier“Há centenas de milhares de Omayras
pelo mundo – histórias importantes sobre os pobres e os fracos –, e
nós, fotojornalistas, estamos lá para criar a ponte.”
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