A carne é
fraca: um cadáver é reduzido a ossos em semanas. Já o silicone é antes
de tudo um forte: só começa a se decompor após 100 anos. Desde que
descanse em paz, o que não é o caso da maioria dos restos mortais.
Se a siliconada
(ou siliconado, abra sua cabeça) for enterrada em um cemitério público,
após 3 anos o corpo passa por uma exumação. Nessa ocasião solene, ao
menos um familiar precisa assistir a um funcionário do cemitério abrir o
túmulo, desenterrar o caixão e juntar seus ossos para colocar no
ossuário (as famosas gavetinhas). Em um jazigo comum de cemitério
particular, o constrangimento é o mesmo, mas demora dois anos a mais
para acontecer. Se a pessoa tinha implantes, eles estarão lá, intactos, e
costumam ir do túmulo para o lixo.
Caso a leitora
turbinada esteja pensando economizar o suficiente para garantir uma
morada eterna, saiba que nem ela é garantia de sossego: você ainda corre
o risco de ser exumada junto com seu par de 250 mililitros caso seus
descendentes queiram dividir o espaço.
Agora, se o
implante é um segredo e assim deve permanecer para todo o sempre, só tem
um caminho: cremação. Nesse processo, o silicone vira fumaça junto com
outros anexos sintéticos, como dentes falsos, um DIU ou, quem sabe, uma
prótese peniana.
Fontes Alba Blasotti, médica-legista do Instituto Médico Legal-SP.
Redação/Super
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