sábado, 14 de dezembro de 2013

Juazeiro do Norte-CE: Varejo e atacado disputam cliente 14/12/2013 às 00:50








Caos no trânsito dificulta trabalho de vendedores e fluxo de consumidores (Foto: Samyla Alves)
 Permissionários do Mercado Gonzaga Mota (conhecido como Mercado do Pirajá por estar em bairro homônimo), reclamam das vendas dentro do estabelecimento. Segundo eles, atacadistas que deveriam atuar na Central de Abastecimento do Cariri (Ceasa-Cariri), em Barbalha, estão vendendo em ruas próximas ao local. O fato tem diminuído o fluxo de consumidores no interior do estabelecimento e vem comprometendo o trânsito de avenidas movimentadas como a Avenida Ailton Gomes. Os atacadistas alegam que as vendas na Ceasa não são suficientes para cobrir as despesas e para garantir o lucro é necessário vender nas imediações do mercado.
O movimento no local começa de madrugada. Por volta das duas horas da manhã, os atacadistas começam a descarregar em logradouros próximos. Josenir Simões dos Santos, atacadista, há mais de 12 anos distribui frutas e verduras no entorno do Pirajá. "Toda terça e sexta eu chego de madrugada para descarregar aqui na Otávio Aires. Meus clientes já sabem e sempre me procuram para comprar. Vendo no atacado para os permissionários do mercado. A gente tem que vir até eles porque a Ceasa é muito longe, sai mais caro eles terem que comprar lá em Barbalha porque tem o frete", diz.

José Batista, há mais de 20 anos planta goiaba, pimentão e banana para vender na Avenida Ailton Gomes, nas imediações. "Vendo no atacado e no varejo, depende do cliente. Muitos preferem comprar aqui porque tem um preço melhor. Eu não preciso pagar aluguel do box. É só chegar aqui na avenida e vender. É melhor pra mim e para o consumidor que sai satisfeito em levar fruta boa pagando pouco", diz José.

Francisco de Assis, atacadista, diz que na avenida consegue vender toda a mercadoria. "Eu começo vendendo no atacado e o que sobra, para não levar a mercadoria de volta, eu vendo no varejo", ressalta Francisco.

O acumulo de caminhões e carros descarregando ao longo da avenida tem comprometido a segurança das pessoas que trafegam pelo local. A dona de casa Maria Lúcia dos Santos disse que quase presenciou um atropelamento. "O sinal abriu e os carros vinham pela avenida, quando um rapaz com o carrinho de mão passou, o motorista teve que reduzir a velocidade forma brusca. O carro que estava atrás acabou batendo na traseira do veículo que frenou. É muito comum presenciar situações como essa", aponta Maria.

João Bosco, contador, que todos os dias precisa passar pelo local para deixar os filhos na escola reclama. "Todo dia eu tenho que acordar meus filhos mais cedo para que eles não cheguem atrasados no colégio. O trânsito aqui não flui e é muito perigoso", desabafa João.

Os atacadistas também estão tirando o sossego dos permissionários. Maria dos Santos, que trabalha no local há mais de 20 anos, fala das dificuldades. "Eu compro as verduras para vender mas, todos os dias, eu volto com mais da metade dos produtos para casa. Os atacadistas estão vendendo no rateio e isso complica a nossa vida".

Francisca Marlene do Nascimento Oliveira, que vende bananas no local desabafa. "Se continuar desse jeito eu não sei o que fazer, só estou levando prejuízo, o pessoal deixa de comprar aqui dentro do mercado para ir comprar lá fora", diz Francisca

Para tentar solucionar a problemática, foi realizada nesta semana uma audiência pública, solicitada pelo Ministério Público. Na ocasião, permissionários do mercado, SR Empreendimentos, empresa que administra o local e Prefeitura de Juazeiro buscaram soluções. No entanto, após a audiência, os atacadistas continuam realizando descarga no entorno do mercado e alguns vendem os produtos no varejo.

Fonte: Diário do Nordeste

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