terça-feira, 24 de dezembro de 2013

'Vivemos em um país hipócrita', diz transex que virou miss


Marcela Ohio. que ganhou o título de Miss Internacional Queen, reclama do preconceito e pretende passar 2014 na Ásia trabalhando como modelo.

Carol Marquesdo EGO, no Rio
Miss Transexual Marcela Ohio (Foto: Marcos Serra Lima / EGO)Marcela Ohio foi eleita Miss Internacional Queen em novembro, na Tailândia  (Foto: Marcos Serra Lima / EGO)
Quando tinha seus 5 anos, Marcela Ohio não entendia por que deveria gostar de futebol e não de balé. Afinal, ao se olhar no espelho não se via como um menino. Até se vestia como tal. Mas não se reconhecia. E também não havia o que questionar. Era um garotinho e ponto.

A transição, porém, seria inevitável. Já na adolescência, ela começou a deixar os cabelos crescerem, possuía trejeitos mais femininos e saía de casa com roupas de mulher escondidas em uma mochila. "Não era fácil. Porque eu não sabia o que havia de errado comigo. Aliás, nem sabia se era errado. Me sentia uma mulher, mas dentro de um corpo masculino", conta Marcela, que em novembro foi eleita a transexual mais bonita do mundo e neste ensaio para o EGO conta que quer seguir a carreira internacional como modelo: "No Brasil, infelizmente, ainda existe tanto preconceito que não encontro espaço para fazer uma carreira".
Miss Transexual Marcelo Ohio (Foto: Marcos Serra Lima / EGO)Marcela sonha em seguir a carreira de modelo
internacional e se inspira em Lea T
(Foto: Marcos Serra Lima / EGO)
Dona do título Miss Internacional Queen, Marcela quer seguir os passos de Lea T, também transexual, que caiu nas graças dos estilistas internacionais. "Não tenho pai famoso como ela, fica bem mais difícil. O que não entendo é a censura prévia. Então, uma trans não pode ser médica, psicóloga, advogada? Tem que ser cabeleireira, estilista ou prostituta? Não que haja problemas com estas profissões, mas não pode ser só isso. Realmente, vivemos em um país muito hipócrita", desabafa.
Marcela conheceu e ainda conhece o preconceito. Na escola, mesmo já de uniforme feminino, após os pais terem aceitado seu transexualismo,  escutava alguns professores a chamando pelo nome de batismo, Marcos: "Faziam questão de me botar no banheiro masculino, de incentivar outros alunos a me chamarem de Marcão. Sofria calada para não chamar mais a atenção do que já chamava", revela.
Hoje, a modelo sabe que em breve se submeterá à cirurgia para a mudança de sexo. Poderia ter feito assim que venceu o concurso já que fazia parte da premiação, mas preferiu aguardar um pouco mais. "Existem médicos e médicos. Resolvi pesquisar um pouco mais, ouvir alguns relatos e vou fazer a cirurgia ano que vem", conta ela, que não titubeou nem com o que andou lendo ou ouvindo por aí: "Dizem que dói muito, que nunca mais sentirei prazer. Mas estou disposta. Não é questão de prazer ou não. É questão de retirar algo que não me pertence e nunca quis ter".
Miss Transexual Marcelo Ohio (Foto: Marcos Serra Lima / EGO)Marcela conta que vai fazer em breve a cirurgia
para a mudança de sexo
(Foto: Marcos Serra Lima / EGO)
Em breve, Marcela retorna à Tailândia, onde aconteceu o concurso e tornou-se uma celebridade, para participar de eventos como miss e tentar alavancar uma carreira de modelo internacional. "Já recebi alguns convites. No Japão, as transexuais também são bem vistas, e o que quero é poder desfilar, fotografar. Quero a oportunidade que qualquer modelo tem. Até de levar um não por não estar de acordo com determinado casting. Mas não por ser uma transex", justifica.
Caso aceite as propostas que aparaceram, Marcela, de 18 anos e 1,80m de altura, ficará um ano fora do Brasil. Consequentemente, deixará o namorado, Felipe Ávilla, com quem mora há cinco meses, por estas bandas. "Conversamos muito, o Felipe é meu companheiro e me incentiva na carreira. Se tivermos que ficar separados, paciência. Preciso focar no meu futuro, na carreira que escolhi e quero ter", diz.
Agradecimento Pereira Máquinas / Produção Tracy Rato/ Maquiagem e cabelo Alexandre Glória
Miss Transexual Marcela Ohio (Foto: Marcos Serra Lima / EGO)Aos 18 anos, a miss vai voltar à Ásia em 2014 (Foto: Marcos Serra Lima / EGO)

 

 

 

 

HOMEM É PERSEGUIDO E MORTO E UMA SEGUNDA PESSOA SAI BALEADA NA PORTA DE CASA

 

Após perseguição um homem aparentando ter 35 a 40 anos foi executado na Vila Tanque na ilha Bispo e a outra vítima moradora da vila pela segunda vez foi atingido por bala perdida quando estava em frente a sua casa na noite deste Domingo (22)
Segunda informação policial VTR 5361 1º BPM Sargento Walter Veríssimo, a vítima foi executada após uma perseguição de um elemento que chegou efetuando os disparos na vítima no local do crime a Lei do silêncio prevalecer. A Vítima morador Joedson Moreira Macedo foi alvejado com disparo no pé, e foi socorrido pela unidade do SAMU para hospital de emergência e trauma Senador Humberto Lucena na capital com estado saúde regular. 




Fonte: Bayeux Jovem

 

 

 

De dentro da Papuda, ex-deputado Valdemar Costa Neto comanda o PR

 








Valdemar, preso desde 5 de dezembro na Papuda: político se preparou para continuar dando as ordens no PR, mesmo atrás das grades (Foto: Monique Renne/Correio Braziliense)
Mesmo preso no Complexo da Papuda desde 5 de dezembro, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e 10 meses de prisão no processo do mensalão, continua dando as ordens no Partido da República (PR). A legenda é aliada do governo Dilma Rousseff (PT) e comanda o Ministério dos Transportes. Na semana passada, Valdemar teve uma reunião na cadeia com o secretário-geral da legenda e seu homem de confiança, o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP). De dentro da prisão, traça metas para eleger uma bancada de 40 deputados nas próximas eleições, conjectura alianças nos estados e faz sondagem de potenciais candidatos com possibilidade de votações expressivas.

Ao ser questionado, o senador Antônio Carlos Rodrigues, que ocupou a vaga deixada por Marta Suplicy (PT-SP) quando a petista assumiu o Ministério da Cultura, confirmou, na primeira conversa por telefone com o Correio, que ele ainda tem ascendência no partido. “Sem dúvida alguma. Não é por ele se encontrar nessa situação que iremos desprezá-lo”, justificou. Depois, no segundo contato com a reportagem, mudou o tom. O parlamentar, escolhido estrategicamente por Valdemar para conduzir as decisões da sigla, fez questão de salientar que ele já repassou o comando do partido. “O Valdemar se afastou do partido. Ele está estudando, fazendo um curso na prisão. Fiz uma visita particular. Ele é meu amigo”, ressaltou.

Consciente de que não escaparia da condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o político preparou o PR para continuar sob o seu controle enquanto estiver privado de liberdade. Na presidência do partido, colocou o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que perdeu o cargo após denúncias de corrupção.

Um parlamentar do PR, ouvido reservadamente, confirma a influência do ex-deputado. Alega que o ex-presidente do PR está enfraquecido pelas circunstâncias que o cercam, mas diz que as decisões políticas que moldam o caminho do partido continuam sendo suas. De acordo com ele, de dentro da cadeia, Valdemar orienta os correligionários por meio do senador Antônio Carlos em relação a alianças e candidaturas em 2014.

Ele salienta que o ex-presidente do PR é uma figura muito querida na legenda, que sempre conversou muito com a bancada e que, por isso, continua exercendo uma liderança política natural dentro da sigla. “Ele se preparou para a prisão, mas, antes disso, preparou o partido para este momento. Da prisão, ele pensa e repassa as estratégias para as próximas eleições.”

O acordo para fechar o nome do deputado Bernardo Santana (PR-MG) como novo líder da sigla na Câmara, por exemplo, foi costurado por Valdemar antes de ser preso. O parlamentar assume o posto no fim de fevereiro. Além de dois advogados, Antonio Carlos Rodrigues é único político escolhido como porta-voz informal do partido. O atual líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), tentou ir a Papuda para um encontro com Valdemar, mas foi barrado. “Liguei para a secretária dele. Queria ir visitá-lo, mas tive a informação de que ele só estava recebendo os advogados. Acho estranho que ele tenha recebido o Antônio Carlos.”

Garotinho afirmou que Valdemar fez uma reunião após a condenação para informar os novos rumos do partido em virtude de sua prisão. “Estive nesta reunião e ele afirmou que estava passando o comando do partido, o que ele já vinha fazendo desde que teve esse problema.”

EscândaloAcusado de envolvimento no escândalo do mensalão, Valdemar renunciou pela primeira vez a um mandato de deputado federal em agosto de 2005. Disse que o dinheiro recebido do PT era para ser utilizado na campanha eleitoral e não para fazer com que deputados votassem de acordo com o que determinava o governo Lula. Com o fim da primeira parte do julgamento do mensalão, ele foi condenado inicialmente em regime semiaberto por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Após a primeira renúncia, foi eleito novamente para a Câmara em 2006 e reeleito em 2010. O político deixou o cargo no mesmo dia em que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, determinou a prisão na Papuda. A carta de renúncia foi lida em plenário pelo deputado Luciano Castro (PR-RR). “Ainda que a Constituição garanta a este parlamentar o direito ao exercício do mandato até o fim do processo de cassação, não cogito impor ao parlamento a oportunidade de mais um constrangimento.” Costa Neto era presidente do Partido Liberal (PL) na época do mensalão e foi acusado de receber mais de R$ 8 milhões do esquema em troca de apoio do partido ao Congresso.

Fonte: Correio Brasiliense

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