quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Pesquisadora sobre a Beata Maria de Araújo historia que túmulo em Aurora é da filha do vaqueiro do Padre Cícero








Demontier Tenório
Psicóloga Maria do Carmo transformou sua tese de doutorado sobre a beata Maria de Araújo no livro “E ela fez o Milagre”. (Foto: Agência Miséria)
A psicóloga e escritora Maria do Carmo Pagan Forti enviou à redação do Site Miséria uma reportagem da Revista Aurora (edição 2007) que trata sobre o suposto túmulo da Beata Maria de Araújo em uma capelinha localizada no Sítio Pavão a uma distância média de 30 km para o centro de Aurora. Ela procura dar sua contribuição para desmentir uma informação que foi fruto, inclusive, de matéria publicada nesta segunda-feira no Site Miséria.

O assunto já tinha sido tema de reportagens na TV Verde Vale, Rádio Padre Cícero FM e outros veículos de comunicação. No Miséria, recebeu o título: “Só a exumação pode esclarecer rumores sobre descoberta de suposto túmulo da beata Maria de Araújo". A notícia ganhou dimensão recentemente, mas não é a primeira vez que isso acontece, segundo atestou o Secretário de Cultura e Turismo de Aurora, professor José Cícero Silva. Ele considera que tudo não passa de ilação sem o mínimo fundamento.

A reportagem da revista publicada há sete anos informa que quem está sepultado na capelinha é a filha de Pedro Rodrigues, vaqueiro de Padre Cícero e que tomava conta da Fazenda Juiz com seis léguas de terra de uma lado a outro do Rio Salgado. Hoje o local é denominado de Sítio Maracajá na região do Pavão. De acordo com a matéria, o vaqueiro era casado com Mariazinha Rodrigues e residiam no casarão que foi o sacerdote que mandou constituir para ser a sede da fazenda.

Aposentado Alonso Joaquim mostra o túmulo que seria o da beata. (Foto: Luiz Palmeira)

Além das tarefas nos cuidados com o gado, a área se constituía numa grande roça de milho. A reportagem destaca ainda que o casarão serviu como local para recolhimento de Floro Bartolomeu da Costa que acolheu ainda o Engenheiro de Minas, Conde Van de Brulle e o Doutor Frochot. Estes promoviam estudos em busca de minérios nas famosas Minas do Coxa as quais, igualmente, pertenciam ao Padre Cícero. Dentre os filhos do casal responsável pela fazenda, uma jovem passou a ser apelidada por “Cotinha”.

A mesma foi acometida do mal de Lepra – hoje hanseníase – que, na época, era uma doença terrível que causava medo e bastante preconceito. Quando soube da morte da garota após muito sofrimento, Padre Cícero teria aconselhado os pais a não sepultá-la no Cemitério de Ingazeiras ou de Aurora. Sugeriu um lugar ermo e bem afastado de todos. Todavia, o casal desobedeceu e a enterrou num cercado praticamente ao lado da casa.

O sacerdote mandara então uma pedra enorme extraída da Serra do Horto em Juazeiro, além de um belo cruzeiro de cedro num carro de boi. São os mesmos que ainda estão no lugar, onde foi erguida uma capelinha que se transformou local de orações e até peregrinações. O sofrimento de Cotinha lhe deu o epíteto de santa e existem rumores até de promessas e graças alcançadas com a mesma. Assim, virou uma mártir na imaginação das pessoas, mas bem distante de ser o jazigo da mártir Maria de Araújo.

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