Mais nove suspeitos foram identificados pela Polícia Civil de Mato Grosso como integrantes da quadrilha responsável por fraudes na internet contra correntistas do Banco do Brasil. Os envolvidos são investigados na Operação Orion, deflagrada na terça-feira (14) em Mato Grosso, Rio Janeiro, São Paulo, Bahia e Ceará.
Ao todo, nove pessoas foram presas após terem mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça, sendo seis deles em Cuiabá. Os suspeitos estão envolvidos em crimes de furto qualificado mediante fraude, formação de quadrilha, interceptação telemática ilegal e violação de sigilo bancário.
De acordo com a delegada de Mato Grosso da Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), Maria Alice Amorim, os suspeitos (crakers) roubavam as senhas dos clientes por meio de páginas falsas enviadas por e-mail, onde as pessoas realizavam as atualizações cadastrais. Segundo ela, a investigação apontou que alguns clientes chegaram a ser lesados em mais de R$ 10 mil.
Esse é o caso de uma moradora da cidade de Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, que, conforme a delegada, foi vítima do sistema no último ano. Por outro lado, a delegada ressaltou que ainda não há informações bancárias sobre o valor total do prejuízo causado aos clientes.
Os suspeitos identificados ainda não tiveram o pedido de prisão decretada. Contudo, Amorim declarou na tarde desta quinta-feira (15) que as investigações ainda estão em andamento e que o golpe continua sendo aplicado contra correntistas de outras três instituições financeiras localizadas nas cinco regiões do país.
A delegada ressalta também que um suspeito preso em flagrante foi identificado pela equipe da Gecat como um dos operadores do crime. Ele foi abordado no momento em que utilizava dados bancários de uma pessoa para movimentar a conta e transferir dinheiro para outra.
Ele chegou a encaminhar mais de 100 mil e-mails com a página falsa do banco para clientes de diversos perfis. As investigações iniciaram há oito meses com a descoberta de 450 relatórios gerados em arquivos de blocos de notas, encontrados em computadores, sendo um deles de uma lan house, em Cuiabá. Após uma denúncia, a polícia começou descobriu que os dados tratavam-se de informações cadastrais de correntistas, incluindo senhas de 4, 6 e 8 dígitos.
Invasões
A Polícia Civil e a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) apuraram que quase 200 contas bancárias foram invadidas, nos cincos estados. A fraude pode ter atingido milhares de correntistas em todo o país, mas a polícia confirmou que foram 447 tentativas de acessos e 165 contas invadidas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Prisões
Os suspeitos presos já prestaram depoimento e, de acordo com a delegada, alguns deles terão a prisão temporária revertida para preventiva. Entre os presos estão os sócios-proprietários da Winco de Tecnologia e Soluções de Segurança da Informação e de conectividade TCP/IP. As investigações apontaram que a aplicação da página falsa é executada a partir de um servidor configurado através de um software desenvolvido pela empresa, que tem escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo.
Por meio de nota encaminhada, a Winco alegou que não tem envolvimento com nenhum cibercrime apurado pela Operação Orion. A empresa informou também que desenvolveu o serviço de DDNS no Brasil inicialmente para atender a própria rede de usuários e, devido ao reconhecimento, recebeu inúmeras solicitações da sua rede para que o serviço DDNS fosse disponibilizado não apenas para clientes diretos.
No entanto, confirma que por conta da investigação a empresa tirou temporariamente o DDNS do ar. “A Winco passou a disponibilizar o DDNS gratuitamente em seu site, mediante preenchimento de extenso formulário com informações do solicitante. Hoje, a Winco mantém em seu banco de dados as informações de um milhão de usuários que atualmente utilizam o DDNS. Essas informações estão à disposição das autoridades competentes em caso de suspeita de fraude por parte de um usuário do sistema”, conta trecho da nota.
Fonte: G1-MT
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