Os animais errantes ficam sujeitos a maus-tratos e podem se tornar
vetores de zoonose. Problema é causado pela posse irresponsável dos
donos. (Foto: Diário do Nordeste)
Atualmente, sem os serviços de captura dos animais abandonados nas ruas e
avenidas do Crato, a população do município enfrenta adversidades
geradas pela posse irresponsável de cães e gatos. Os bichos ficam
expostos a maus-tratos e podem ser tornar fontes de zoonose no ambiente.
O número estimado da população animal é 19.420, sendo 15.020 cães e
4.400 gatos. Apesar da Secretaria de Saúde do Estado recomendar que haja
um senso oficial em todas as cidades, no município ainda não existe
nenhuma campanha ou projeto de controle da natalidade, por meio do setor
público.
Segundo a Associação de Proteção à Vida (Aprov), a reprodução
descontrolada é um problema grave que deve ser inspecionado. Para a
entidade, que existe desde 2009 e executa ações sobre a posse
responsável e controle da população animal, o aumento das zoonoses e os
maus-tratos aos bichos precisam ser combatidos de forma eficaz.
Os riscos para a população vão desde a transmissão de enfermidades
simples, como as que acometem a pele e verminoses, à doenças severas
tipo leishmaniose, hepatite e raiva. Além do risco de ataques com
mordidas e acidentes de trânsito.
O Crato tem um Centro de Controle de Zoonoses do Cariri (CCZ).
Entretanto, o órgão não disponibiliza a estrutura necessária para
atender às demandas externas e ambulatoriais. Conta apenas com um
departamento clínico, administrativo, canil e gatil, seis baias para
animais de economia dos portes pequeno, médio e grande. Além de um
laboratório para o diagnóstico de raiva animal.
Mas, neste sentido, o órgão efetua somente a coleta do sangue para a
realização da sorologia e encaminha o material para o Laboratório
Central de Saúde Pública (Lacen). Nos casos de haver soropositividade, o
animal é recolhido e eutanasiado no Centro de Zoonoses. Hoje, no órgão,
estão cerca de 30 animais aguardando as análises veterinárias. Entre as
atividades de combate às zoonoses, o CCZ disponibiliza apenas a
imunização antirrábica. A campanha deste ano, será realizada no próximo
dia 10 de novembro. Na ação, toda a população de cães e gatos do
município deverá ser vacinada.
Vacinas
No ano passado, foram aplicadas 16.976 doses da vacina. De acordo com o
médico veterinário Ricardo Pierre Martins, a contagem animal é baseada
nos dados da população humana. Para ele, é urgente a implantação de
programas que possam controlar as taxas de natalidade. "É preciso que o
setor público implante o controle dessa população como meta para que não
haja a proliferação indiscriminada dos animais, e que os órgãos
responsáveis possam inspecionar as doenças transmitidas por eles. Sem
isso, o município fica desprotegido na área da saúde", afirma ele.
Já a presidente da Aprov, Antônia Ferreira Lima, faz um apelo ao
proprietários de animais domésticos, no sentido do tratamento adequado
dos animais e controle da natalidade. "Se a gente conseguisse que o
setor público fizesse a castração dos machos, já melhoraria em 50% o
problema dos animais errantes na cidade, consecutivamente diminuiríamos
as zoonoses e os maus-tratos aos bichos", revela.
Fonte: Diário do Nordeste
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