Pelé ilustra capa do site do Santos no dia de seu aniversário de 72 anos
(Foto: Reprodução/Site oficial do Santos)
Três títulos de Copa do Mundo, dois Mundiais de Clubes, 1281 gols. Pelé
chega aos 72 anos, nesta terça-feira, como o maior nome da história do
futebol, como um dos grandes esportistas de todos os tempos, com o
status de rei, de lenda, de mito; mas distante das principais decisões
sobre os rumos do esporte.
Desde que deixou os gramados, Pelé comemora seus aniversários da mesma
forma: de modo discreto, longe dos holofotes. Como nunca foi enquanto
esteve em campo.
Os recordes estabelecidos por ele continuam inalcançados. As três Copas
do Mundo conquistadas, por exemplo, não serão alcançadas por nenhum
jogador em 2014. Talvez nem mesmo em 2018 ou 2022. É possível que nunca
sejam.
Os 1281 gols também são uma marca impensável. Para chegar aos mil gols,
de acordo com suas próprias contas, Romário precisou jogar até os 41
anos. Pelé alcançou a meta aos 29.
A lista de recordes do rei tem feitos que até hoje parecem
inimagináveis. Marcar 58 gols em um Campeonato Paulista é um deles.
Conquistar uma Copa aos 17 é outro.
Pelé com a taça Jules Rimet, conquistada em 1970 (Foto: Divulgação)
Tão impressionante que levou o jornalista francês Gabriel Hanot a
escrever, ainda durante o Mundial da Suécia, a manchete que coroaria o
jovem Edson Arantes do Nascimento: “Surgiu o Rei do futebol”.
Passados 55 anos desde àquele verão na Suécia, Pelé continua venerado
pelo que fez nos gramados de todo o mundo. Nos primeiros anos após a
aposentadoria, ele tentou, em vão, indicar sucessores. Por fim, desistiu
após ver meia-dúzia deles não atingirem uma fração de sua fama ou
habilidade.
Com o passar dos anos, mesmo que Pelé não indicasse mais seus próprios
sucessores, houve quem o comparasse a uma série de outros craques
surgidos ao redor do planeta. Um deles foi Maradona; depois, em seu
auge, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho tiveram seu nome ligado ao do Rei. Nos
últimos anos, apareceu Messi.
Aos 72 anos, Pelé já parece cansado de falar do assunto. Sempre em
terceira pessoa, tendo como porta-voz a figura de Edson, ele coloca a si
mesmo acima de todos os demais. E costuma citar os próprios recordes
para corroborar uma visão de que poucos no Brasil costumam discordar.
Nos últimos anos, contudo, o maior artilheiro da história do Santos e da
seleção brasileira distanciou-se das decisões envolvendo o esporte que
ajudou a popularizar em todo o mundo.
O rei do futebol chega aos 72 anos sem nunca ter sido técnico ou
presidente de clube. Sem nunca ter sido candidato a um cargo na CBF ou
na Fifa.
A maior e mais duradoura experiência de Pelé em uma posição de comando
foi o período como ministro extraordinário do Esporte, entre 1995 e
1998, no Governo Fernando Henrique Cardoso.
Atualmente, Pelé exerce a função de embaixador da Copa do Mundo de 2014.
Um cargo que exige prestígio e credibilidade, mas com pouco poder de
decisão.
Pelé chega aos 72 anos com seus recordes ainda no topo e sua realeza
inquestionável. Ainda que – por suas próprias escolhas – seja um rei que
reina, mas não governa.
Fonte: ESPN
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