quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Bancada do ES no Congresso critica texto de royalties e quer veto

 

 

 

 

Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado) Rasteira, truculência, injustiça e armação foram algumas expressões usadas por senadores e deputados da bancada capixaba no Congresso para definir a decisão da Câmara sobre a nova distribuição dos royalties do petróleo. O Espírito Santo pode perder R$ 11 bilhões em oito anos. Na noite desta terça-feira (6), foi aprovado na Câmara, por 296 votos a favor e 124 contra, o texto-base oriundo do Senado do projeto que redistribui entre União, estados e municípios os tributos (royalties e participação especial) provenientes da exploração do petróleo. O projeto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. Senado O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse por telefone ao G1 que está indignado e perplexo com a decisão. “Nunca imaginei que pudesse existir uma marcha da insensatez como essa. Não perdemos pelos contratos, mas pelos nossos direitos. Foi uma distribuição absolutamente inconseqüente e vai à contramão de tudo o que vem dando certo. Foi uma vitória da politicagem e da mediocridade contra o bom senso”, disse. Ana Rita (PT-ES) confia no veto presidencial. "A decisão mexe profundamente com as finanças do estado, comprometendo, inclusive, o serviço que oferece. Acredito que a presidenta vá vetar, considerando a posição dela anteriormente. Ela disse que é importante manter os contratos já firmados e isso prejudica os contratos que o Espírito Santo e o Rio de Janeiro já firmaram", argumenta. O senador Magno Malta (PR-ES) foi procurado, mas não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. Câmara O deputado federal Paulo Foleto (PSB-ES) disse, em entrevista ao Bom Dia ES, que o estado perdeu da pior forma possível. “Isso pode ter sido uma armação. Muitos deputados disseram para a população que levariam o dinheiro de petróleo para seus respectivos municípios e para os seus estados, há dois anos, em época de campanha. O projeto do deputado Vital do Rego, que foi votado, estava combinado, tinha um entendimento do plenário que a proposta intermediária era mais saudável”, disse. César Colnago (PSDB-ES) também falou aoG1, por telefone, e disse que espera que a presidente Dilma cumpra o prometido. “Em diversas situações, ela deixou claro que vetaria a proposta de Vital do Rego. Deram-nos uma rasteira e agiram com truculência com o nosso estado e com os demais produtores. O prejuízo é enorme e a decisão rasga a constituição. Somos apenas 10 e o Rio de Janeiro 46 entre 513 deputados federais. O congresso não foi nada sensível e por isso o Espírito Santo precisa cobrar”, diz. O deputado Carlos Manato (PDT-ES) diz que “foi tempo perdido” ia a todas as reuniões em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo para discutir a distribuição dos royalties. “Passamos oito meses costurando um acordo e ele acaba assim? Só na Câmara, mesmo! Agora temos o plano `A´, que é apelar para a presidente vetar o projeto. E o plano `B´, que seria a judicialização. Após o possível veto de Dilma, o governador Renato Casagrande deverá ir ao Supremo Tribunal Federal com uma ação de inconstitucionalidade”, defendeu. Lelo Coimbra (PMDB-ES) disse que passou mais de quatro anos envolvido com esse tema e o resultado lhe provocou mal estar. “Desde o marco regulatório do Lula, em 2007, trabalhamos pela postergação. Nesta terça-feira, depois de idas e vindas, tivemos uma enorme inquietação. Os deputados dos estados não produtores do petróleo acharam que os royalties são sacos de ouro e foram fazer a pirataria. Agora, precisamos fortalecer os movimentos para apostar que Dilma vete este projeto, preparar bons advogados e contar com a Procuradoria Geral do Estado”, explicou. Por nota, a deputada Lauriete (PSC-ES) informou que considera uma injustiça o resultado da votação. Disse que a derrota na câmara não representa o fim da batalha e que as bancadas do Espírito Santo e Rio de Janeira não pouparão esforços para que a presidente Dilma vete a redistribuição nos termos do projeto aprovado. “Se querem mudança, que ela ocorra sem tamanha injustiça para os estados produtores", diz a deputada. A ex-ministra e atual deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), em entrevista ao Bom Dia ES, disse que toda a negociação com os deputados federais resultou em uma traição. “Passamos oito meses construindo um acordo que estava retratado no projeto do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Este acordo nos reservava um piso que nos garantia, até 2023, que não teríamos nenhum ganho abaixo de R$ 1,8 bilhão. E isso foi traído durante a primeira votação, quando derrubaram o projeto de Zarattini para votar o que veio do senado. Foi um desastre o que aconteceu na Câmara”, comenta. Sueli Vidigal (PDT-ES) diz ter ficado com um sentimento de impotência após a decisão. “Vi Espírito Santo e Rio de Janeiro lutando contra todo o país. O Zarattini foi um relator que teve a habilidade de nos ouvir, realizou reuniões com o governador e o substitutivo dele não era o melhor para o nosso estado, mas não tínhamos outra opção, porque ele tinha base de cálculo em 2011. A judicialização penaliza a todos, mas é o único instrumento que temos se não houver o veto da presidenta. Mas não estou otimista”, disse. Até o fechamento desta reportagem, os deputados federais Audifax Barcelos (PSB-ES), Jorge Silva (PDT-ES) e Rose de Freitas (PMDB-ES) foram procurados, mas não se pronunciaram. Fonte: G1

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