segunda-feira, 6 de maio de 2013

Após 16 anos, casa onde PC Farias e namorada foram mortos está vazia


Atualizado em 06/05/2013 09h58

Imóvel fica localizado em trecho deserto da praia de Guaxuma, em Maceió.
Moradores da região afirmam lembrar pouco do crime ocorrido em 1996.

Waldson Costa Do G1 AL

Imóvel onde ocorreu o crime que vitimou PC farias e a namorada está fechado (Foto: Waldson Costa/ G1)Imóvel onde ocorreu o crime que vitimou PC farias e a namorada está fechado (Foto: Waldson Costa/ G1)
Quase 17 anos depois da morte do empresário Paulo César Farias, o PC Farias, e sua namorada, Suzana Marcolino, a casa de praia onde ocorreu o assassinato, em Guaxuma, litoral norte de Maceió, está praticamente abandonada. A família Farias dificilmente frequenta o lugar, e a história do crime, que repercutiu nacionalmente, está esquecida na lembrança dos moradores da região.

O crime ocorreu em 23 de junho de 1996. A partir desta segunda-feira (6), quatro acusados enfrentam o banco dos réus no Tribunal do Júri do Fórum de Maceió: os seguranças Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva. O júri popular será presidido pelo juiz Maurício Breda e deve durar cinco dias.
“Nesta casa quase não se vê movimento. Só o rapaz que cuida do espaço é quem é visto no local. Mas, os donos, não sei nem quem são. Até porque dificilmente entra um carro ou alguém de fora lá”, afirma o jardineiro José Francisco, morador de Guaxuma que trabalha em um dos condomínios nas imediações. Ele conta que poucas vezes viu PC Farias, quando o empresário caminhava pela praia.
Acesso do imóvel onde morreu PC Farias  (Foto: Waldson Costa/ G1)Fachada do imóvel que pertence a família Farias,
em Guaxuma (Foto: Waldson Costa/ G1)
“Este caso já faz tanto tempo que eu acho que ninguém nem lembra mais. Tanto que a gente que vive por aqui até esquece que existe aquela casa lá”, afirma.

A reportagem do G1 esteve no local e encontrou o imóvel fechado. Dentro, um homem cortava a grama ao lado de dois cachorros. O homem não atendeu a campainha.
Um pescador que estava próximo à casa disse que não sabia a quem pertencia e nem ao menos da história do empresário que morreu no local. “Não sou deste bairro. Venho para cá apenas para pescar em dias de folga. Conheço a história do PC Farias, mas não sabia que ele morreu aí”, disse.
Caseiro que trabalha no imóvel que pertence a família Farias evita os visitantes (Foto: Waldson Costa/ G1)Caseiro trabalha acompanhado de cachorros no jardim do imóvel onde morreu o empresário PC Farias (Foto: Waldson Costa/ G1)
O trecho da praia onde fica localizada a casa da família Farias é reservado. Apesar de alguns condomínios de luxo que há no entorno, e da rodovia que passa a poucos metros, o local costuma registrar baixa movimentação de banhistas. Alojada em um ponto privilegiado, na frente mar do imóvel e possível avistar a área mais urbana da capital alagoana.
Entenda o caso
PC Farias foi tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello em 1989 e, à época do assassinato, respondia em liberdade condicional a diversos processos, entre eles sonegação fiscal, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. Ele foi encontrado morto ao lado da namorada em uma casa de praia em Guaxuma, Alagoas, em junho de 1996. Os PMs eram responsáveis pela segurança particular de PC Farias. Veja a cronologia completa
Inicialmente, a morte foi investigada como crime passional. Perícia preliminar do legista Badan Palhares, então da Universidade de Campinas (Unicamp), apontou que Suzana teria assassinado o namorado por ciúmes e depois se suicidado. Esta também foi a tese alegada pelos PMs.
Uma equipe de peritos forneceu à polícia um novo laudo que derrubou a tese devido à trajetória dos tiros e concluiu que houve duplo homicídio. Com base nele, em 1999, a polícia chegou a indiciar o deputado Augusto Farias, irmão de PC Farias, como autor intelectual dos crimes. Ele negou envolvimento, e o Supremo Tribunal Federal mandou arquivar o inquérito em 2002, por falta de provas.

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