O
estudante universitário Fábio Raposo dá entrevista à Globo News após se
apresentar à polícia. Ele foi identificado como coautor da explosão que
feriu o cinegrafista da Band Santiago Ilídio Andrade (Foto:
Reprodução/Globo News)
Em entrevista à rádio "CBN", Luciano afirmou que o jovem em questão teria entregue a um outro manifestante o rojão que posteriormente atingiria a cabeça do profissional da "Band". A participação dele foi revelada a partir de imagens divulgadas pela "TV Brasil". Até então, a polícia trabalhava com a existência de apenas um suspeito.
O jovem se apresentou à 16ª DP (Barra da Tijuca), prestou depoimento e foi liberado. Na versão do delegado, o depoente disse que "apenas entregou" o artefato ao segundo suspeito, identificado pela Polícia Civil como o responsável por acender o rojão.
Nas imagens divulgadas pela "TV Brasil", os dois homens vestiam camisa cinza, mas o "coautor" do crime, informou Luciano, poderia ser facilmente identificado em razão de uma tatuagem na panturrilha. Dessa forma, o suspeito optou por comparecer espontaneamente ao distrito policial.
"Ele não está preso porque não houve flagrante. A apresentação dele foi espontânea. Quando ele se viu nas imagens da TV Brasil, sabendo que poderia ser identificado, tomou a decisão de ir à delegacia na companhia do advogado", disse Luciano.
"Ele confessou que estava portando esse artefato, mas disse não conhecer o segundo elemento que estava de camisa cinza e calça jeans. Ambos agiram em concurso. Um portava o artefato e entregou para o segundo, que acendeu e jogou no chão. O nosso esforço agora é para identificar este outro homem", completou.
Na sexta-feira (7), o delegado afirmou ter "convicção" de que o artefato explosivo que feriu gravemente o cinegrafista foi lançado por um manifestante, e não por policiais militares.
"A gente tem convicção em função da avaliação feita pelos especialistas. Esse artefato não foi deflagrado pelas forças de segurança, e sim colocado pelas pessoas que estavam participando da manifestação. Isso a gente já pode concluir", disse Luciano.
O material é conhecido como "rojão de vara" ou "rojão treme-terra", e não poderia em hipótese alguma ser utilizado em local com aglomeração de pessoas, conforme norma técnica estabelecida pelo Exército.
"Esse artefato tem 60 gramas de explosivo e, pela norma R-105, só poderia ser usado com uma distância mínima de 30 metros de um indivíduo. Ele não poderia ser usado em um local com aglomeração de pessoas e sem a autorização da autoridade competente", explicou Cacella.
Em coma
Andrade, de 49 anos, continua internado em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio. Ferido por um rojão de vara disparado durante um confronto entre policiais e manifestantes após um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, ele sofreu afundamento do crânio e está em coma induzido.
Fonte: UOL
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