Parte
das pessoas que estavam na Câmara para acompanhar o trabalho dos
deputados se dirigiu ao Anexo IV, onde dinheiro foi distribuído (Foto:
Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
Na noite da última terça-feira, às 22h, logo após o
fim da sessão que aprovou mudanças na chamada lei dos caminhoneiros, um
grupo de 30 pessoas foi flagrado pelo Correio recebendo dinheiro nos
corredores do 10° andar do Anexo IV da Câmara dos Deputados. Minutos
antes, parte daqueles mesmos personagens ocupou as galerias da Casa para
aplaudir cada um dos parlamentares que apoiou o texto sobre a ampliação
da jornada de trabalho para os motoristas. A cena do pagamento foi
documentada em vídeos e fotos pela equipe do jornal, que acabou
hostilizada por servidores com crachás da Câmara, responsáveis pela
distribuição de notas de R$ 50 e de R$ 20 para a claque.O
repasse do dinheiro começou na chapelaria do Congresso, de onde o grupo
se dirigiu ao gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), de
número 920, no 9º andar do Anexo IV da Câmara. Marquezelli presidiu a
comissão especial que analisou o projeto na Casa. Ele também foi o
escolhido para fazer a defesa da proposta antes da votação no plenário,
momento em que foi bastante aplaudido pela claque, conforme registro em
vídeo disponível no portal da Câmara. Várias das pessoas vistas na
galeria da Casa chegaram a entrar no gabinete de Marquezelli, que estava
aberto.
No escritório do
petebista, o grupo foi orientado por funcionários a subir para o 10°
andar. Lá, foram recebidos por pessoas com crachás da Câmara. Uma fila
acabou formada em frente aos funcionários, que dispunham de uma lista de
nomes, calculadora e um pequeno bolo de dinheiro em notas de R$ 50 e de
R$ 20. Não foi possível determinar o montante recebido por cada um nem a
origem dos recursos.
Após ser interrompida pela filmagem, a
distribuição continuou no estacionamento em frente ao Anexo IV. Um dos
integrantes da claque chegou a ameaçar a reportagem. “Quer perder seu
celular?”, perguntou o homem, em meio a uma série de palavrões.
Fonte: Correio Braziliense
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